segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Abaixo segue o meu relato de prática, texto exigido aos professores pela Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro - da qual eu e minha aluna fomos Medalha de Prata, em 2010. Publiquei-o neste blog porque acredito que possa ser útil a professores em qualquer segmento, de qualquer classe ou de qualquer instituição. É, na verdade, o meu divisor de águas enquanto profissional. Abraço a todos e boa leitura!

Do calvário à Ressurreição
            Atire a primeira pedra o docente que nunca se utilizou do clichê: “não é fácil ser professor hoje em dia”, e, por isso, sentir-se no direito de ensinar de qualquer jeito. Eu mesma já me deixei seduzir pela apatia e mediocridade com que planejamos e “repassamos” conteúdo. Usamos a justificativa de que nossos alunos não se interessam mais por coisa alguma e que há uma irremediável inversão de valores nos atingindo, empurrando-nos não para novos desafios, mas simplesmente para o cumprimento do dever.
            Dei uma olhada superficial no conteúdo do Escrevendo o Futuro 2010 e, por estar no planejamento, iniciei o estudo sobre Crônica, na sala do 9º. Sem muitas perspectivas. Afinal, uma competição em nível nacional parecia inacessível a meras crianças carentes, que falam e escrevem sem conseguir fazer uso ou se interessar pelas regras do Português Padrão, como também ainda se encontram alheias aos benefícios da era digital.
            A priori, não atribui ao caderno do professor, elaborado pela Olimpíada, o valor merecido. A verdade é que nos acostumamos a estar “sem tempo” quando de fato nos colocamos indisponíveis a práticas que exijam mais esforço e paciência.
            E sem qualquer empolgação, realizei a primeira oficina. _ “O que é crônica?”, perguntei. Vagos olhares, bocas em bocejos, soneca diante de mais uma monótona e “inútil” aula de literatura. Por segundos, pavor e raiva quiseram me dominar. Insisti na pergunta, dessa vez, com um tom nervoso.
             A fim de quebrar o “ice-berg” em que a aula havia se transformado, um aluno respondeu: _ “Professora, crônica deve ser uma coisa muito ruim!”
            Eu, amante que sou de Fernando Sabino, Arnaldo Jabor, Luiz Fernando Veríssimo e etc, etc, entalei-me. Perguntei por que ele pensava assim. Disse-me o garoto:
_ Eu estava tossindo muito e tendo febre à noite. O doutor disse que era bronquite crônica. O psiquiatra falou que a depressão da minha mãe já está na fase crônica. E o meu pai, quando se endivida, fica mal-humorado e diz que a situação é crônica. Desse jeito, crônica é ou não é ruim?
            Não houve como evitar as gargalhadas. Aquela resposta não só quebrou o “ice-berg” disfarçado de aula literária, como também me levou a um instante machadiano de epifania. Questionei-me: “Por que... Para quê eu estava ali?”  Se o salário não compensa, se os índices de construção do conhecimento estão dia após dia mais  baixos, se as famílias estão desestruturadas e não conseguem mais convencer os meninos e meninas do Brasil de que a educação é a melhor herança que podemos adquirir, por que, então, eu insistia em estar ali??? Olhei para aquelas crianças e as amei profundamente. Tentei me ver como elas estavam me vendo. Odiei-me. Percebi que o imprescindível não é o que acho que posso ensinar, e sim, o quê e de que jeito eles se interessam em aprender. Não poderia mais condená-los à mediocridade de um ensino apenas propositivo, que gera assimilação, mas não liberta a mente e não constrói o conhecimento.
            Mesmo sabendo que famílias, sociedade e, às vezes, escolas estão contribuindo para a “deFORMAÇÃO” humana, eu, naquele instante, desejei, se não mudar a postura dos meus alunos acerca da importância da leitura e da escrita, pelo menos mudar a minha, em relação a fazer útil o meu conhecimento, tornando-o arma potente no “enfrentamento do fracasso escolarl”. Foi então que “mergulhei” no material didático da olimpíada, e só emergi de lá quando estava reformulada  para a MUDANÇA...
            A segunda oficina foi memorável! Entrei na sala, não fiz chamada; não disse uma palavra. Fitei os olhos dos meus alunos e esperei alguma reação...  Olhares críticos. Quis estremecer, mas estava munida de  argumentos reais, como: “reduzir o iletrismo”. Então, direcionei-me ao centro da sala, esperei o silêncio necessário para a manifestação da “graça”. Os alunos captaram a essência do momento e, movidos pela curiosidade, ficaram atentos e concentrados. Peguei minha boina de couro e a pus na cabeça oficiosamente; incorporei o poeta em mim que, desde a faculdade andava adormecido. Como numa cena de teatro, bradei:
_ Uma crônica pode nos emocionar... fazer rir... pensar e... às vezes nos proporciona oportunidades de fazermos as pazes com certos desastres da vida! (Caderno A Ocasião faz o Escritor).
            Todos se entreolharam. Escutei em um bom “cearês”: _ “Vixe, doido, a tia arrasou, ó...”
            Aplausos e pedido de bis ajudaram-me a medir a interatividade e o desejo deles em perceber o novo. Os bocejos da primeira oficina foram trocados por risos, e opiniões, e perguntas...Já que o caminho se abrira, vamos à Crônica!!! Dramatizei “O Filtro Solar”, de Pedro Bial e “A Última Crônica”, de Fernando Sabino. Bial trouxe ânimo novo. Sabino causou neles um desejo de descobrir o que se escondia nas entrelinhas de um sorriso tímido e puro de uma criancinha negra.
            Se a primeira oficina fez lembrar-me do calvário de Cristo; a segunda, revelou-me o milagre da ressurreição. De alunos apáticos e condicionados à conteúdos para coadjuvantes da Arte, ainda tímidos, é verdade, porém com o botão da motivação acionado. Aí ficou fácil transformar aulas de Literatura, Artes e até de Gramática em “saraus” animados, troca de idéias e de experiências de vida. Estudamos a ironia em Machado de Assis, a metáfora em Armando Nogueira; a visão de amor de Paulo Mendes Campos; as relações pessoais através de Moacyr Scliar, no texto “Cobrança” e, por fim, preparamo-nos para escrever...
            As primeiras produções foram desanimadoras. Deficiências gramaticais graves em quase todas, “erros” oriundos da pouca proficiência na educação de base; frases incompletas, sem coerência ou coesão. Ainda assim, devolvi os textos aos alunos com bilhetinhos anexados, onde leram palavras de incentivo e de que há neles a capacidade de fazer melhor.
            Partimos para o tema da Olimpíada: “O lugar onde Vivo”. Precisávamos tirar fotos da nossa cidade, mas só dispúnhamos de duas câmeras. Captamos algumas cenas próximas à escola e fizemos uso de uma cartilha da história local, do historiador Marum Simão, com gravuras antigas e atuais do município.
            A maior indisposição encontrada durante as oficinas, por parte dos alunos, foi a reescrita dos textos. Eles acham “um saco” fazer tudo de novo. Porém, foi na reforma textual que pude perceber o poeta e o agente social em alguns, quando entenderam que a crônica instiga, emociona, revela... e “expulsa” o nó na garganta, através do “grito” do autor.
            Uma coisa é certa! Se a Olimpíada de Língua Portuguesa não conseguisse trazer benefício para meus alunos, pelo menos, para mim, ela se transformaria em divisor de águas. No passado próximo, o cumprimento do dever; hoje, a aceitação do desafio de EDUCAR e a consciência de que não podemos mudar o mundo, mas podemos ser um referencial positivo e de utilidade aos que nos rodeiam.
            Não vou dizer que meus alunos “entraram de cabeça” na “onda” da leitura e da escrita. Há barreiras quase intransponíveis na busca pela qualidade do ensino para eles. Porém, vejo-os hoje expressando idéias, sentimentos, dando respostas espontâneas acerca de tudo que conversamos em sala. E já arriscam algumas linhas mais ousadas.
            Para nós, a Olimpíada vai muito além de uma competição; ela representa um caminho novo a ser trilhado. E nessa ressurreição da prática de ensinar, encontramos algumas pedras brutas que, se bem lapidadas, viram bons textos, talvez não o suficiente para concorrerem em Escrevendo o Futuro, porém, aos olhos dos pais semi-analfabetos, são uma obra prima, feitas pelos filhos “semi-doutores”. Para mim, essas redações me revelam um resgate processual de ovelhinhas, que se perderam e estão sendo achadas.
            E agora, ressuscitada do meu “sepulcro” pedagógico, quero seguir como mensageira das Boas Novas... todos os dias...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Resposta do Pastor Izaías aos que criticam o FestGospel

Veja abaixo o email do pastor Izaías Maia - líder da Comunidade Cristã AMisadai, em Eusébio_CE, em resposta a todos que criticam eventos de evangelização que usam a dança e arte em geral.
"Jesus causou impacto ao ser pego num poço conversando sozinho com uma mulher (de vida difícil);
Jesus causou comentários ao comer com pessoas não recomendadas pela elite religiosa(comer com alguém, para o judeu, era simbolo de comunhão profunda);
Paulo, no areópago, faz algo que dificilmente um "Pedro" ou um "Tiago" fariam... envolve-se, veste a farda, discute as novidades com os debatedores daquele expediente e vacina o Evangelho neles...

Quando Deus viu que Pedro e a "cúpula" de apóstolos, eram preconceituosos demais para saírem das ruelas de Jerusalém e abraçarem outras culturas, Deus levantou esse Paulo. Pedro (ele mesmo disse) tinha dificuldade de engolir coisa "imunda".

Resultado: Paulo ganha o mundo... influencia a igreja... organiza nossa primeira Teologia... E Pedro? Bem, Pedro escreveu duas cartas... administrou a igreja nos termos judaicos. Não o menosprezo, mas poderia ter feito mais, se não fosse tão cheio de preconceitos...

É isso... Pessoas não percebem que Deus santifica aquilo que está manchado pela impureza do pecado, e, que se nós mesmos éramos vasos para desonra e agora somos limpos... imagina o que Deus não pode fazer com a cultura, que não
é, por sí só, nem sã nem profana...

A fé se incultura... ela se "ensopa" da cultura onde se insere... isto é irremediável... por isso usamos a musica, os ritmos, o sistema métrico das poesias, e outras produções materiais e imateriais do nosso tempo... O problema destas pessoas é com a dança... sabe por que? Ela é expressão máxima da alegria... é o extremo da felicidade que se transborda e leva 
o corpo a movimentos artísticos (ou nem tanto). O Espirito Santo também aciona a liberação de endorfina... 

Ô raça de crentes travada... A alegria do Senhor é a nossa força!
Gente assim tem dois cérebros... um perdido e outro muito ocupado procurando pelo que se perdeu! Ah, se lessem a Bíblia!"

domingo, 3 de julho de 2011

Tá decidido!!!

Dia 16 de julho, bem no período das férias, a Comunidade Cristã Amisadai realizará o 6º festGospel, um evento cristão, que usa a arte em geral, fazendo-se de tudo, por todos, para de todas as formas chegar a ganhar alguns para Cristo. Nessa geração pós-moderna, a forma de aprender mudou, é tudo muito rápido, muito dinâmico e tecnológico, então por que não mudarmos a meneira de ensinar sobre Deus????
O Evangelho é imutável, mas a forma de transmiti-lo pode ser, tem de ser pós moderna também. Não podemos ficar refugiados dentro de templos seguros enquanto as pessoas agonizam do lado de fora, sem ar, sem luz e sem paz. E além de não irmos aonde elas estão, ainda ficamos à porta dos templos dizendo quem é digno de entrar na Casa do Pai ou não... É preciso mandar todo o legalismo e hipocrisia religiosa às favas e implantar um chip santo dos Dois Grandes mandamentos de Jesus no coração: Amar a Deus sobre todas as coisas, com todas as nossas forças e mente e AMAR  o próximo como a nós mesmos. E se queremos estar num lugar seguro em meio ao caos dos últimos dias, devemos querer isso para o viciado em álcool, drogas, pornografia... para o doente, o vingativo, o violento, o desamparado... E enquanto "brigamos" e discutimos nossas teologias, JESUS FICA DE BRAÇOS ABERTOS, AINDA ESPERANDO QUEM FICA DE BRAÇOS CRUZADOS; OLHA NOS OLHOS E ABRAÇA QUEM VIVE A LHE DAR AS COSTAS....Mas se alguém quiser arregaçar as mangas, acreditar que mudança só com Deus e fazer alguma coisa, junte-se a nós: dia 16 de julho - BNB Clube - Quixeramobim-CE, às 20 horas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Jesus sem casca

O Nordeste, mais especificamente o sertão, mantém suas convicções religiosas muito arraigadas; seja do ponto de vista católico, seja do ponto de vista evangélico. Igrejas se preocupando com aparências e penitências e descuidando do essencial, que é a presença de Jesus; Aquele que nos ensinou que lugar de adoração é dentro de nós mesmos, sem rituais ou "paletó".
As pessoas do Nordeste estão desapontadas com o mau testemunho dos religiosos, pretensos donos de Jesus, que só escandalizam e lançam regras inaceitáveis e que tornam o caminho da cruz inacessível.
Cristãos genuínos, que defendem e pregam o Reino, e não suas placas denominacionais, precisam se levantar como discípulos para mudar esse quadro de seca espiritual, na qual o Nordeste brasileiro se encontra.
Aqui em Quixeramobim, estamos fazendo nossa parte. Conhecemos outros líderes, como José Airton, Soraya, Monteiro e Lailton(este em Acopiara-Iguatu), que buscam o que buscamos, que pensam como pensamos. Vai ser de força em força, um dia de cada vez, de vida em vida, mas vamos ganhar o sertão para Cristo!!!!!!!!!!!!! Nem que custe nossa pele, nosso sangue. Se queremos dizer: "Maranata, ora vem, Senhor Jesus! Precisamos pregar o evangelho a toda criatura". Como cruzar os braços diante dAquele que permanece de braços abertos para receber os seus???

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Qua a sua prioridade???

Sempre sou abordada com a pergunta: "Ei, o que você fez pra ter sido tão abençoada, ter um casamento sólido depois de 13 anos, ter sido curada dos ovários, engravidado e dado à luz a duas crianças lindas e saudáveis, etc,etc...????". Aí dá vontade de rebater a pergunta com outra: "Ei, e por que você não é abençoado assim???". Se o meu Deus é o mesmo que age e reage nas pessoas, por que algumas delas não recebem o que eu recebo, porque a graça de Deus não lhes alcança como alcança a minha vida? Sei que nada do que tenho é merecido e nenhum esforço sobrenatural de minha parte poderia me proporcionar as bênçãos sem medida com as quais sou contemplada. Então, surge-me a pergunta ansiosa: “Por que tantas pessoas recebem promessas de Deus, mas não conseguem vê-las se cumprirem?" E me sobrevêm o vento impetuoso de Deus com a resposta simples e certeira: PRIORIDADE.

No começo da minha fé, convertida sozinha em um lar não evangélico, enfrentei algumas lutas em relação à assiduidade na Casa de Deus. Sempre que ia saindo para cultos, evangelismos, ensaios, ouvia minha mãe dizer: "Primeiro a obrigação, depois a devoção!!!" Aquilo me perturbava intensamente. E em um de meus devocionais encontrei um versículo bíblico que dizia: "Busque em PRIMEIRO lugar o reino de Deus e faça tudo que lhe agrada, e não se preocupe porque no tempo dEle Ele te dará tudo". E bem já no início da minha caminhada de discípulo decidi PRIORIZAR Deus, não pelas coisas que eu poderia adquirir, mas por ter MORRIDO  para mim mesma e deixado Cristo VIVER em mim...

            E entendi que a escolha da prioridade hoje pode nos levar a um futuro glorioso ou a um fracasso vergonhoso. Prova disso é a história de Abraão e Ló; tio e sobrinho que partiram da sua parentela rumo à promessa de Deus. Abraão priorizou a presença de Altíssimo em todo o tempo, e mesmo enfrentando fome e guerras, por onde passava ia levantando altares de adoração. Ló deixou o coração ser guiado pela fartura contemplada pela cobiça dos olhos, e por onde passava ia construindo tendas para armazenar riquezas. Perdeu o foco, foi levado cativo, saqueado por reis injustos, aceitou o status dos sodomitas, andava tão vazio espiritualmente que não conseguiu influenciar os próprios genros a seguirem o seu Deus. Sem autoridade e desmoralizado, buscou alternativas ilícitas para solucionar problemas espirituais, meteu os pés pelas mãos e só foi livrado da morte pela intercessão de um justo(Abraão). Livre da morte, porém sem esposa, sem bens e sem a promessa de Deus. E o mais trágico foi ter sido embriagado pelas próprias filhas para que as mesmas tivessem relações sexuais com ele, a fim de perpetuar a descendência. Parece chocante?!!! Eu vejo esses fracassos se repetirem todos os dias, observando os insubmissos e auto-suficientes que se encontram ao meu redor; pessoas e lares destruídos porque priorizaram o que era material e resolveram viver pensando nelas mesmas, dando-se o direito de sonhar sonhos fora do propósito divino.

            Por outro lado, vemos Abraão, com os olhos fixos e coração obstinado em contemplar a promessa, priorizou o ETERNO; as coisas de Deus, e mesmo quando deu algumas escorregadas, ouviu do seu Senhor: "Não temas! nas suas guerras interiores, EU SOU SEU ESCUDO! E a sua recompensa em me seguir será demasiadamente GRANDE". Por priorizar Deus em todas as coisas, conquistou o privilégio de ver revelados segredos íntimos de Deus, sem falar que foi um dos poucos homens a quem o próprio Deus considerou AMIGO. Buscando em primeiro lugar o reino de Deus, viu Abraão seus bens sendo multiplicados, sua esposa estéril de 90 anos dar à luz um garotinho lindo, e toda a sua descendência sendo abençoada, até os iníquos foram abençoados pela justiça de um único homem OBEDIENTE, que priorizava a presença de Deus mais que tudo que possuía ou desejasse possuir.

            Sucesso e fracasso são consequências de uma causa chamada PRIORIDADE.  Então eu te pergunto: “As coisas eternas te atraem mais do que as terrenas?”  Se tu andas preferindo ler a bíblia, livros que te levem a intimidade com Aquele que te fez, sentes o coração ansioso pela hora de ir à Igreja, ama em atitude os que estão a sua volta, então, não duvide, a sua prioridade está em Deus. Mas, se tu tens negligenciado os teus devocionais por causa de novelas, filmes, internet; ou tens deixado de se congregar e compartilhar momentos com os irmãos da mesma fé, e ainda, não se anima com louvores e acha incômodo pessoas que pregam o nome de Jesus a tempo e à fora de tempo, então tens uma séria semelhança com Ló e, antes que seja tarde demais, retrocede, veja onde parou na caminhada, levanta um altar de adoração a Deus e pergunta a Ele: "O que queres que eu te faça?!” e diga-lhe: "Eis-me aqui!". Ele se inclinará a você e dirá: “Tudo bem, meu filhinho,  não precisa temer, o Papai está aqui! A minha aliança contigo é inquebrável e inabalável. Eu serei teu escudo e proteção em meio as setas inflamadas e tu verás a promessa se cumprir em tua vida...” Basta crer, obedecer... PRIORIZAR O ETERNO...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"semana santa"

Sei que muitos religiosos imergem na introspecção nesse feriado "santo", mas nós que vivemos em Cristo são dias normais de adoração e agradecimento a Ele, que nos amou primeiro. A nossa semana é santa, os nossos dias são santos... a nossa vida deve ser santa, momento a momento. Alelúia ao Cordeiro da Páscoa!!! (mas pode comer chocolate!!!). Um bom feriado a todos!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

E Deus fez discípulos no sertão

Enfadada e ressequida pela “aridez” do sertão, fui acometida de uma alucinação, como num sonho que se sonha acordado. Vi pastores se preparando para adentrar as veredas perigosas do sertão cearense, onde dardos inflamados surgem em meio à caatinga, e nem se sabe de que lado vêm, tampouco quem os lançou, mas atingem tão dolorosamente, que se chega a  pensar que não haverá cura. Assim me encontrava quando da visão que mudou minha vida; ferida, dolorida e sem forças. Pensei ser esses pastores mestres que iriam me treinar, pôr-me de pé, mesmo com a alma cansada.
            Nesse meu sonho acordada, vi que eles já haviam saído do seu ponto de partida, quando algo “tolo” os impediu de prosseguir. E eu no meu sertão de sol quente e corações frios, angustiada e sedenta por qualquer conselho ou palavra que eles pudessem ministrar-me, que servisse de gibão, protegendo-me dos espinhos das estreitas veredas sertanejas, as quais Deus nos deu por herança. O vento impetuoso do Espírito Santo, tão desejado, foi substituído pelo vento gelado do desespero, da dúvida, do medo de que tudo com que sonhamos durante meses pudesse não acontecer.
            Pensei em chorar, mas como me dar o direito de ser vulnerável diante de tantos que esperavam ”tanto” de mim? Olhei pra frente, rostos sedentos como o meu; olhei para trás, apenas instrumentos inertes, ecoando o silêncio que sufocou a adoração há tempos desejada, que não veio naquela noite. Então olhei para o lado, busquei socorro no meu pastor (naquele momento não o vi como meu esposo), mas o seu semblante abatido só me mostrou que estávamos dividindo a mesma luta. Instantaneamente elevei meus olhos para o alto e tentei decifrar o silêncio de Deus. Um silêncio que gritava...  Apavorei-me, Joguei-me ao chão, e lá me senti nua, desprovida de minhas idéias e experiências... “descer ao pó”, foram as únicas três palavras que consegui interpretar daquele silêncio divino.
            Então vi meus 14 nos de liderança retrocederem no tempo, onde suor  e sangue pareciam ter sido derramados em vão. Senti-me desprotegida, incapaz. E parece que meu pastor compartilhava da mesma aflição, embora sua calma corriqueira tenha tentado se impor.
            Mas havia ainda a esperança de que tudo que sonhamos pudesse acontecer ao nascer do sol. É isso! Só podia ser isso que Deus tinha preparado: a alegria ao amanhecer!!! Mas ainda estávamos inseguros... Será que essa missão “mosaica” para os sertões não iria se concretizar, esse mar de areia não iria se abrir? Uma mente “escrava” sempre duvida...
            Novo dia, esperança ao pé da cruz... pessoas chegando e o cheiro de café para espantar a medo de  não... Mas lembrei das palavras de Jó e bradei-as em voz alta: “Eu sei que meu Redentor vive e nenhum dos seus planos é frustrado”.
            E no meio da minha alucinação, outro vento de pesadelo tentara me desgarrar do Espírito, quando me deram a notícia de que os mensageiros de Deus, mesmo contando com norteador via satélite e mapa, erraram o caminho que os trariam a nós. Então pensei: “Deus, se isso for perseguição do Inimigo, repreendemos agora em nome de Jesus. Porém não sentimos poder maligno em tudo aquilo e já não sabíamos como agir. Mais uma prece: “Senhor, faz-nos entender o teu querer!”. E tudo começou a fazer sentido quando meu pastor (amor) recostou-se a mim e disse: “Vou buscá-los e mostrarei o caminho. Fique calma, agora eles irão chegar!”. Aquelas palavras foram vento profético, embora no momento eu não tenha tido  brandura e sensibilidade para perceber a lição espiritual advinda do trono do nosso Deus.
            Minutos se passavam, pernas tremiam... aguardávamos sem controle a entrada daqueles que viriam nos curar do cansaço e da mediocridade com que, sem percebermos, estávamos tratando nossa vida em Cristo.
            Eu já nem sabia mais o que estava esperando, naquelas alturas, desejei apenas que eles chegassem em paz e ilesos.
            Chegaram! Arrepios, emoção, corações contritos... Desejávamos quaisquer migalhas de experiências vividas com Deus que eles pudessem compartilhar conosco... Mas eles nos trouxeram banquetes regados a maná dos Céus...
            Aí acordei do êxtase, e já não sou mais capaz de narrar o que nos sobreveio, pois desde então tenho estado embriagada de uma essência curativa que vazou do trono de Deus quando o céu foi rasgado pela adoração de uma menininha loirinha e linda, acompanhada de anjos tocadores e adoradores, que se diz humana como nós, mas eu tenho cá minhas dúvidas se sobre ela não existe uma porção divina maior do que a que Deus dispensou a nós, simples mortais.
            Alguns dizem que perdi a consciência, a compostura... acho que perdi foi a vergonha  e a arrogância que me impedia de reconhecer que não sou nada mais que uma adoradora, sem medo de me vulnerabilizar e descer  ao pó, de onde posso respirar Aquele que vive em mim. E se eu perdi a consciência diante daquele “batismo de amor”, deixei que minha embriaguês se responsabilizasse pelo barulho da minha alma, até então cansada e aflita, agora saciada e lavada com puro nardo.
            Eu e meu amor-pastor prostrados como nunca antes em 14 anos de liderança, indefesos e carentes de colo, sendo cuidados; deslumbrados com o Pai-Herói, que é muito mais amor do que justiça e aprendemos, então, que adorar no deserto é tão agradável como contemplarmos a neve.
            Depois, quando a lucidez nos alcançou novamente, tudo ficara tão claro! E entendemos toda a trajetória da viagem de Dino e Melissa ao sertão de Quixeramobim, como se fora a nossa própria trajetória ministerial, em forma de parábola. Em 1997, Começamos nosso caminho com o combustível errado; elogios e modelos prontos de igrejas de sucesso... Não fomos muito longe. Diante dos desafios e dúvidas, deixamo-nos levar pela razão(GPS) e principalmente pelas nossas “achologias”  forjadas naquilo que entendíamos como experiência com Deus (mapa). E é claro que, com tantas estradas parecidas, imaturidade e ventos de doutrinas, foi inevitável um erro de percurso.
            Porém, Aquele que realmente nos guia, e que nos ama até o fim, vai nos buscar, seja à beira do precipício, seja no vale de ossos secos, e nos resgata coroados com vestes novas e banquete de novilho cevado.
Dino, Melissa, Zé, Verônica, Daianne, Clébio, Nick e Vick chegaram no momento certo e foram para nós muito mais do que esperávamos... agora são, ao nosso ver, os “caçadores de discípulos”, que fizeram de nós presas fáceis e orgulhosas de termos sido rendidas por Aquele que nos capturou para nos fazer infinitamente livres.
O final dessa história não será publicado em periódicos de grande circulação, tampouco se transformará em pregação de DVD. Não encontramos fama, sucesso, dinheiro... Porém, o que encontramos está bem escondido nas cordas do coração, onde a traça não corrói, o tempo não apaga e a luta não destruirá. E é tão imenso e tão intenso que não podemos transpor na insuficiência do papel, que não seria capaz de suportar o reflexo da glória que permanece em nós, depois dessa real escola de adoração Em sua Presença.